Dólar ultrapassa R$ 4,39 e atinge novo recorde; no ano valorização é 9,44%

Na máxima desta quinta, 20, a cotação chegou a atingir R$ 4,397. O Banco Central não tomou novas medidas para segurar a cotação

Em alta pelo quarto dia seguido, o dólar voltou a fechar no maior valor nominal desde a criação do real. Nesta quinta-feira, 20, o dólar comercial encerrou a sessão vendido a R$ 4,392, com alta de R$ 0,026 ou 0,59%. No mês de fevereiro, a alta acumulada é de 3,5%, e no ano a valorização é de 9,44%.

A divisa operou em alta durante toda a sessão. Na máxima do dia, por volta das 13h30, a cotação chegou a atingir R$ 4,397. O Banco Central (BC) não tomou novas medidas para segurar a cotação.

Crise chinesa

Nas últimas semanas, o mercado financeiro em todo o mundo tem atravessado turbulências em meio ao receio do impacto do coronavírus sobre a economia global. A interrupção da produção em diversas indústrias da China está afetando as cadeias internacionais de produção. Indústrias de diversos países, inclusive do Brasil, sofrem com a falta de matéria-prima para fabricarem e montarem produtos.

Impacto no agronegócio 

A desaceleração da China também pode fazer o país asiático consumir menos insumos, minérios e produtos agropecuários brasileiros. Uma eventual redução das exportações para o principal parceiro comercial do Brasil reduz a entrada de dólares, pressionando a cotação.

Entre os fatores domésticos que têm provocado a valorização do dólar, está a decisão recente do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a taxa Selic – juros básicos – para 4,25% ao ano, o menor nível da história. Juros mais baixos desestimulam a entrada de capitais estrangeiros no Brasil, também puxando a cotação para cima.

“Um dólar desvalorizado por muito tempo muda para aquilo que o mercado chama de ‘preços relativos’, onde a relação entre os setores muda e tudo começa a ficar mais distorcido, criando dúvidas, e isso é ruim para a economia como um todo. Porque o mercado já não consegue mais identificar qual será o lucro, salário final, impostos. Ou seja, isso desestabiliza toda uma economia”, explica o economista.

Fonte: Canal Rural/Agência Brasil

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