Crédito e seguro rural para o agronegócio em pauta no 4º Seminário do Pró-Milho/RS
Os dois temas são pilares do Programa
“Crédito e seguro rural para o agronegócio, com foco no milho e demais culturas” foi o assunto debatido no 4º Seminário do Pró-Milho/RS nesta quinta-feira (20). O evento virtual é uma promoção da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) e da Emater/RS-Ascar. A abertura foi feita pelo diretor do Departamento de Políticas Agrícolas e Desenvolvimento Rural da Seapdr, Ivan Bonetti, e pelo diretor técnico da Emater/RS-Ascar, Alencar Rugeri. Participaram mais de 300 pessoas, entre produtores rurais e representantes de órgãos públicos, setores produtivo e industrial, instituições de pesquisa e assistência técnica. A transmissão ocorreu simultaneamente pelo Facebook e pelo Youtube do Programa Rio Grande Rural da Emater.
Após a abertura, o evento começou com a explanação do gerente de Negócios do Banco do Brasil, Anderson Nascimento, que abordou o Plano Safra 2020/2021. Ele começou mostrando o crescimento da produção agrícola no Brasil, desde 1990, de 333%, e aumento da área produtiva em 73%, chegando a 250 milhões de toneladas em uma área de 65,6 milhões de hectares. E, diante disso, neste novo Plano Safra está sendo feito o maior desembolso do Banco do Brasil para o agronegócio, de R$ 103 bilhões, com redução das taxas de juros em todas as linhas de crédito.
Na safra anterior, havia sido de R$ 92,5 bilhões, sendo R$ 60,7 bilhões empresarial, R$ 15 bilhões para o Pronamp (programa destinado ao médio produtor), R$ 13,7 bilhões para o Pronaf (programa destinado ao pequeno agricultor) e R$ 3,1 bilhões para empresas agro. “E preocupados com a sustentabilidade, foram aplicados R$ 18 bilhões, que são para custeio do Plantio Direto e R$ 1,3 bilhão para o Programa Agricultura Baixa Emissão de Carbono (ABC)”.
Nascimento explicou que o Rio Grande do Sul é o Estado que recebeu o maior aporte na safra passada, de R$ 11,9 bilhões. “Sendo R$ 9,7 bilhões para custeio, comercialização e industrialização; R$ 1,7 bilhão para investimento e R$ 500 milhões para outras finalidades”, esclareceu.
Sobre seguro agrícola ampliado para o Pronaf e outras modalidades, ele afirmou que é destinado a indenizar prejuízos causados às lavouras, plantadas ou replantadas, decorrentes de riscos climáticos (raio, ventos fortes e/ou frios, chuva, granizo, seca, geada, enchente, variação excessiva da temperatura, incêndio) no que diz respeito à perda de produção, excluída a qualidade do produto e fatores financeiros.
Em seguida, os gerentes de Agronegócio do Banrisul, Robson Oliveira Santos e Odir Antônio Zalamena, também apresentaram o Plano Safra da Instituição, que neste ano é de R$ 4,1 bilhões, ou seja, 26% a mais que na safra anterior. “Houve um aumento de 67% no valor da linha de crédito para investimento, chegando a R$ 500 milhões. E para as demais modalidades (custeio, comercialização e industrialização) houve um acréscimo de 22%, atingindo os R$ 3,6 bilhões”, comemorou Santos. O valor total é destinado por categoria de clientes. “Batemos o recorde de R$ 800 milhões para produtores familiares, um aumento de 100% em relação à safra passada; R$ 635 milhões para produtores médios e R$ 2,67 bilhões para grandes produtores, cooperativas e empresas”. Além de explicar também sobre o seguro agrícola oferecido, os gerentes destacaram a importância de investimento em Irrigação, manejo do solo e armazenagem. “Que são os pilares de sustentação, junto ao crédito e seguro, do programa Pró-Milho”, destacou Zalamena.
Por sua vez, o gerente de desenvolvimento de negócios da Central Sicredi Sul/Sudeste, Edison Neuwald, disse que a parceria junto à agricultura familiar e em toda a cadeia do agronegócio, impacta, de forma positiva, no desenvolvimento sustentável das economias locais. O especialista contou que, com o compromisso de fomentar o crescimento de seus associados e das comunidades onde está presente, a instituição financeira cooperativa, com mais de 1,8 milhões de associados no Rio Grande do Sul, oferece produtos e serviços que atendem às necessidades do produtor. Entre eles, está o seguro agrícola, instrumento que protege e indeniza o associado em caso de danos à lavoura devido a intempéries. “Na Safra 2019/2020, o Sicredi liberou R$ 504 milhões para custeio de milho no Estado, em um total de 21 mil operações, para 20,6 mil associados”, comentou.
“O Sicredi está ao lado dos produtores e se preocupa em apresentar as melhores soluções para cada realidade. Para proteger a produção, por exemplo, é importante contratar seguros previamente como um mecanismo de segurança e não apenas depois de sofrer alguma perda no campo”, explicou Neuwald. Conforme ele, em 96 municípios gaúchos, o Sicredi é a única instituição financeira presente, o que mostra o impacto positivo do cooperativismo de crédito na promoção da inclusão financeira e na oferta de produtos e serviços que apoiem o desenvolvimento do agronegócio e auxiliem o produtor.
A engenheira agrônoma da Superintendência do Badesul Desenvolvimento-Agência de Fomento/RS, Joana Bock, explicou que o órgão fomenta projetos de investimentos a longo prazo e falou sobre as novas condições do Plano Safra 2020/2021. “Nele, operamos com os programas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES), os quais tiveram uma redução de juros de até 2%”, destacou.
Com relação à cultura do milho, Joana citou três programas: Moderinfra Irrigação, que apresenta juros de 6% e é uma importante ferramenta para combater a estiagem e viabilizar a cultura do milho; o PCA armazenagem, com juros de 5% para unidades com capacidade de até 6 mil toneladas, e 6% para demais capacidades, com grande importância para a garantia de produto e preço ao produtor rural; e o programa ABC – Agricultura de Baixo Carbono, com juros de 6% e com as principais aplicações na recuperação da fertilidade e correção da acidez do solo para possibilitar maiores condições de alcançar o máximo de produtividade da cultura.
“Realizamos o convênio do Badesul com a Emater/RS-Ascar na Expointer 2019 para projetos no âmbito do Pronaf, no qual a Emater elabora e envia o projeto técnico ao Badesul e, após aprovação cadastral e enquadramento do projeto, com o aval da RSGaranti, o Badesul contrata o projeto”, pontuou a engenheira agrônoma.
Ela informou ainda que o Badesul apresenta condições especiais para o Plano Safra 2020/2021 com isenção da taxa de análise para projetos com protocolo até 21 de agosto de 2020.
Já o engenheiro agrônomo da Gerência de Operações Rurais do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) no Rio Grande do Sul, Augusto Barros, destacou que, na condição de banco de desenvolvimento com experiência no agronegócio, o BRDE pode contribuir para o fortalecimento da cadeia produtiva do milho no Estado. Segundo ele, o Banco oferece soluções em financiamento de longo prazo para investimentos, que abrangem crédito para a agricultura familiar, agricultura empresarial, cooperativas e cerealistas.
“Temos diversas linhas disponíveis para projetos de irrigação, armazenagem, correção de solos, máquinas e equipamentos e integração lavoura-pecuária, entre outros. As taxas de juros são as mesmas do Plano Safra 2020/2021, e os prazos podem variar de 4 a 13 anos, conforme as finalidades e as necessidades dos produtores”, informou Barros.
Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural