BT Sargento e Oraca do Itapororó: o que eles têm em comum na história da raça?
Conquistar, no mesmo ano, o título do Freio de Ouro e o grande campeonato morfológico da Expointer é para poucos. Na história de seleção da raça, somente dois animais chegaram a esse feito. Separados por quase três décadas, o macho BT Sargento e a fêmea Oraca do Itapororó compartilham a marca de serem os únicos vitoriosos das duas principais provas do Cavalo Crioulo na mesma temporada.
1986 – BT SARGENTO
Todo acontecimento histórico tem o seu precursor e coube ao ano de 1986 nos apresentar o protagonismo de BT Sargento. Genética para alcançar grandes feitos não faltava, afinal o cavalo carrega o sangue de La Invernada Aniversário e BT Nicotina, ambos animais registro de mérito da raça. Nascido em 1982, o rosilho colorado demorou apenas quatro anos para chegar ao seu auge nas pistas. Naquela Expointer, primeiro levantou o troféu de Freio de Ouro, sob a condução do ginete Itamar Martins. Na sequência, veio o reconhecimento com a escarapela de Grande Campeão da Morfologia – e com ela o feito até então único, que sustentou sozinho durante tantos anos.
Resultado histórico para a raça e para o criatório, a Estância Umbu, propriedade de Flávio e Roberto Bastos Tellechea, de Uruguaiana/RS. Uma segue sendo perpetuada por sua linhagem posterior. Com 456 filhos registrados, atualmente BT Sargento ocupa a 61ª posição na lista de Registro de Mérito da ABCCC.
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“Cavalo de excelente morfologia e de extrema
habilidade funcional. Um exemplar completo”
Itamar Martins (declaração do ginete publicada no Jornal Cavalo Crioulo em 2011)
2013 – ORACA DO ITAPORORÓ
Um intervalo de 27 anos de passou até que a história se repetisse e ganhasse novos ares. Quando pisou na pista de Esteio/RS para as finais em 2013, Oraca do Itapororó já ostentava dois prêmios de Grande Campeã na Morfologia da Expointer, conquistados em 2007 e 2012. A égua gateada também trilhava, há pouco, seu caminho na competição mais completa da raça. Sob o treinamento do ginete Fábio Teixeira da Silveira, já sinalizou qualidade ao vencer o Bocal de Ouro em 2012 – com uma avaliação surpreendente na etapa morfológica, na qual obteve a maior média dada a um exemplar até hoje: 9,8 – e também ao chegar ao prêmio de Freio de Prata na decisão daquele ciclo.
Um ano depois, em 2013, Oraca não só conquistou o Freio de Ouro, como também alcançou a maior nota final da história da competição (pelo menos desde os anos 2000): 23,319. Cinco dias mais à frente, recebia a sua terceira roseta de Grande Campeã e Melhor Exemplar da Morfologia – igualando o feito de Sargento e sendo a primeira entre as fêmeas a se sagrar vencedora nas duas seletivas em um mesmo ciclo.
Hoje contribuindo com a perpetuação de sua linhagem – vinda de Jalisco de Santa Angélica e Fuzarca do Itapororó, ambos registros de mérito da raça – Oraca já possui 14 filhos registrados. Trajetória que também é consequência direta do trabalho de seu criatório de origem, a Fazenda Itapororó de Alegrete/RS, e da confiança investida por seus proprietários, na Estância Vendramin, de Palmeira/PR.
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“Para mim a Oraca é o retrato dos 80 anos da ABCCC. Ela é o animal que melhor simboliza a evolução da raça”
Francisco Martins Bastos Sobrinho (jurado que avaliou e atribuiu nota morfológica 10 à fêmea no Bocal de Ouro)
Fonte: Francine Neuschrank/ABCCC