Primeira confirmação de animais por um técnico brasileiro é realizada na Itália
Sempre dizemos que não existem limites ou barreiras quando se fala em expansão do Cavalo Crioulo. E se ainda há algumas fronteiras a serem cruzadas, pouco a pouco elas são deixadas para trás. Exemplo disso é a conquista que marca na história essa terça-feira, 5 de novembro. Dia no qual fica registrada a primeira revisão e confirmação de animais da raça Crioula por um técnico brasileiro em território italiano. Um novo elo que promete conectar ainda mais as associações e os criadores de ambos os países.
O responsável pela visita técnica foi o superintendente de Registro Genealógico – e também supervisor técnico da ABCCC – Frederico Vieira Araújo. O estabelecimento visitado: a Cabanha La Matilde, propriedade do criador Vittorio Rabboni, localizada na cidade de Reggio Emilia, Itália. No total, 20 representantes da raça foram revisados. Entre éguas, reprodutores e castrados, 12 animais foram confirmados, recebendo assim a marca da ABCCC e o registro definitivo, e outros cinco tiveram seu registro provisório encaminhado. Exemplares nascidos fora do Brasil, mas com genética inteiramente brasileira. “Grande satisfação, porque é um criador italiano concentrado e identificado com os animais de origem brasileira, o que para nós é muito importante”, destaca Araújo, que também fez questão de elencar a qualidade encontrada na manada, classificando-os como animais de boa identidade racial e com potencial de competitividade em qualquer lugar. “O que nos orgulha, por saber que são animais que representam muito bem a raça aqui na Europa”, completa.
Quem também acompanhou a história sendo escrita de perto foram os dois gestores das associações que representam cada lado desta parceria. Juntos, Francisco Kessler Fleck, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), e Giuseppe Bonacina, presidente da Associazione Nazionale Allevatori Cavallo Criollo (ANACC), estiveram presentes e concretizaram hoje o sonho que era assunto desde que a aproximação entre as entidades veio se fortalecendo, nos últimos dois anos. “A Raça Crioula está crescendo muito na Europa, com criadores apaixonados pela qualidade funcional, beleza e docilidade do nosso cavalo. A presença da ABCCC aqui, em parceria com a ANACC, fortalece e anima estes criadores para investirem cada vez mais no crescimento do Cavalo Crioulo”, acredita o presidente da Associação Brasileira.
Rumo ao Freno Europa e à FieraCavalli em Verona
O roteiro pela Itália segue em direção à gravar outros marcos históricos, levando a nossa principal ferramenta de seleção da raça para novas pistas. A delegação brasileira segue agora para acompanhar a primeira edição do Freno Europa, iniciativa organizada pela ANACC dentro da 121ª Fieracavalli, maior feira equestre do continente europeu. A prova, baseada no Freio de Ouro brasileiro, ocorre entre os dias 7 e 10 de novembro (CLIQUE AQUI e veja mais detalhes sobre a programação do evento). Oportunidade de, mais uma vez, mostrar a raça para o mundo e de refletir sobre a importância de mais ações como esta, conforme adianta Francisco Fleck: “teremos também uma reunião da FICCC (Federação Internacional de Criadores de Cavalos Crioulos) com representantes das associações da Itália, França, Alemanha, Suíça e Uruguai, para discutir as estratégias de estímulo ao crescimento raça na região”.
Além do presidente e do superintendente da ABCCC, a comitiva brasileira na Itália conta com outros reforços. Também acompanham o grupo os criadores Marcelo Bomfiglio Marçal e Renato Vacinaletti, assim como já desembarcou em território europeu o ginete do Freio de Ouro, Cezar Augusto Schell (Guto) Freire. Já a cobertura de imagens oficiais da passagem da ABCCC pela Itália é do fotógrafo Fagner Almeida, que leva o projeto Em Busca do Cavalo Crioulo mais uma vez ao país.
Confira mais alguns dos registros feitos na Itália durante a visita técnica da ABCCC:
Assista também a entrevista contando como foi todo o processo que levou à confirmação de 12 animais em pleno território italiano:
Fonte: Francine Neuschrank/ABCCC