Preço do arroz encerra 2019 no melhor nível em mais de 3 anos
A saca de 50 quilos do arroz gaúcho encerra o ano com uma média em torno de R$ 48,00, uma elevação anual de quase 20%
O mercado brasileiro de arroz mostrou uma boa recuperação nos preços em 2019. A saca de 50 quilos do arroz gaúcho, principal referencial nacional, encerra com uma média em torno de R$ 48,00, uma elevação anual de quase 20%. Estes são os maiores níveis verificados desde meados de setembro de 2016.
Conforme o analista de Safras & Mercado, Élcio Bento, esse comportamento é resultado de um ano de quebra de safra no Brasil, dólar valorizado e preços elevados nos Estados Unidos. “O primeiro fator abriu a necessidade de comprar no exterior para completar o abastecimento”, lembra. O segundo dificultou a aquisição internacional e, junto com o terceiro, favoreceu a venda de arroz para o exterior. Com isso, os preços internos tiveram suporte pelas paridades de importação e de exportação para se elevarem.
A necessidade de importação de arroz para abastecer a demanda doméstica, causada pela redução da produção brasileira em cerca de 1 milhão de toneladas devido ao excesso de chuvas na Fronteira Oeste e região da Campanha do Rio Grande do Sul, manteve o preço muito atrelado ao câmbio.
Para a retomada dos negócios a partir de janeiro, o comportamento dos preços dependerá de como as lavouras brasileiras se desenvolverão nas próximas semanas. “Se a percepção for de uma colheita sem grandes problemas, os compradores seguirão na defensiva, comprando no Paraguai, e operando com estoques curtos, enquanto aguardam a colheita nacional”, ressalta Bento.
Estima-se que a produção de arroz em casca no Paraguai para próxima safra seja de 1,1 milhão de toneladas, segundo dados da Câmara de Industriais do Paraguai de arroz (Caparroz). Consumindo menos de 220.000 toneladas de produto em base casca anualmente, todo o restante é destinado a vários mercados de exportação. O principal destino segue sendo o Brasil, onde aproximadamente 60% do volume exportado acaba sendo comercializado.
Fonte: Canal Rural