O grande universo do Pavilhão de Pequenos Animais na Expointer
Pare um momento. Olhe com atenção. A beleza está nos pequenos detalhes. E está em toda a parte no Pavilhão de Pequenos Animais, na Expointer, feira que ocorre até o próximo domingo, dia 1º de setembro, no Parque Estadual Assis Brasil, em Esteio.
É um dos espaços prediletos das crianças e do público urbano. O movimento é tão grande que fica difícil circular por ali nos finais de semana.
“No pavilhão, a gente encontra os coelhos, as chinchilas e os pássaros. Desde as aves de produção, como galinhas, até as aves ornamentais, como marrecos. É uma diversidade de raças. São milhares de animais expostos. É o pavilhão mais visitado da feira” disse o zootecnista Pablo Charão, da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).
Bruno Dallagnol, 30, é fiscal estadual agrotécnico (Seapdr) e atua na admissão e na parte zootécnica dos pequenos animais do pavilhão na Expointer.
“Fazemos uma avaliação da parte sanitária. Para cuidar que os animais que entram aqui sejam saudáveis e não transmitam doenças para os outros animais e para as pessoas. Este ano, foram admitidas 600 galinhas, 1.600 pássaros, 400 coelhos, 70 chinchilas e 19 caprinos”, afirmou o médico-veterinário da Seapdr.
E cada espécie tem diversas raças. Entre as aves ornamentais, por exemplo, os visitantes podem encontrar as raças como galinhas plymouth rock barrado, shamo e legorne e o inusitado garnizé conchinchina.
Entre os galináceos, um dos destaques é o galo Brama Perdiz, que ganhou o prêmio de melhor macho da exposição, grande campeão asiático e melhor animal da Expointer. Ave do Criatório Alvernoz, propriedade de produtores rurais urbanos de Viamão.
“Estou num espaço completamente urbano da cidade. Há 1 quilômetro da RS-40. Meu espaço de criação é 11 por 11 metros. E mesmo num espaço reduzido dá pra gente chegar numa exposição, num campeonato e ainda ganhar”, explicou a criadora Paula Albernoz.
O atual Pavilhão dos Pequenos Animais está localizado, desde 2015, no pavilhão número 47, na área central do parque, entre as vias do Portão 6 (boulevard) e 7. O espaço foi conquistado através de uma troca com a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC). No final do ano de 2014, um vendaval destruiu o antigo pavilhão de equinos. Então, o espaço foi reformado, dando lugar aos pequenos animais. Mas a história do pavilhão remonta aos primórdios da exposição.
“Desde a primeira Expointer, em 1972, já há registro da participação de pequenos animais, com aves e depois coelhos e pássaros, ao lado do antigo pavilhão dos suínos”, relembrou José Arthur Martins, sub-secretário do Parque de Exposições, que tem uma história de 40 anos de trabalho dedicados à feira.
Damien Seixas, presidente da Associação Brasileira de Preservadores e Criadores de Aves de Raça Puras e Ornamentais, avalia positivamente as benfeitorias recentes que o pavilhão recebeu. Criada em 1986, a associação conta com 38 sócios do estado e um de Minas Gerais.
“O carro-chefe este ano foi o bem-estar animal, projeto desenvolvido em parceria com a Universidade de Santa Maria (UFSM). O direito do animal poder ciscar, deitar com conforto. Criamos mais espaço nas gaiolas. Ocorreu a climatização do pavilhão. Instalamos um pequeno lago e fizemos um projeto de paisagismo. Mais ainda tem muito para evoluir”, destacou Seixas, que também é proprietário do Rincão das Aves Ornamentais, em Viamão.
O setor de pássaros reúne uma variedade de raças, como canários, calopsitas, mandarins e manons. Pedro Antônio Cordeiro da Costa, 63, é apaixonado pelos pássaros desde a juventude. Há quase 40 anos, ele integra a Sociedade Ornitológica Rio-Grandense, que hoje possui cerca de 70 sócios.
“Pássaro não é só um hobbie. Pássaro pra mim é uma terapia. Aquilo que nos ajuda a enfrentar até mesmo problemas de saúde, por conta da convivência com eles. O pássaro eu considero ele como um pet”, declarou Seu Pedro Antônio.
Os pássaros mais baratos são os manons, ao custo de R$ 15. As calopsitas chegam a R$ 120. Os canários oscilam entre R$ 80 a R$ 150.
As chinchilas ficam expostas numa sala separada do pavilhão, com acesso pela via do boulevard, especialmente climatizada em uma temperatura adequada aos animais. É o espaço da Asbrachila, Associação Sul Brasileira dos Criadores de Chinchila, que existe há mais de 30 anos e conta mais de 200 associados. O plantel é de 64 mil animais somente no Estado, 80% da população nacional de chinchilas.
“Ela é um animal que vem dos Andes, de regiões da Argentina e do Chile, mais frias. Por isso, que a chinchila não suporta calor. Em 1923, começou a ser criada em cativeiro. Aqui no Brasil, a criação começou em 1974, em São Paulo. Tem uma gestação longa para roedor: 111 dias. Mas é perfeita para animal de estimação. Não tem cheiro. Não faz barulho. E dura até 10, 11 anos”, explicou Roberto Gutierrez, 51, presidente da Asbrachila.
Os preços das chinchilas variam entre R$ 230 e R$ 500, dependendo da pelagem. A expectativa de venda na feira é de 50 animais.
Os caprinos
Instalados em uma tenda fora do Pavilhão de Pequenos Animais, a 80 metros de distância, os caprinos vão, aos poucos, conquistando seu espaço na Expointer. Segundo dados do setor de estatística do Departamento de Defesa Agropecuária (Seapdr), o rebanho atual de caprinos no Estado é de 55.314 animais espalhados por 13.624 propriedades rurais.
“As crianças adoram poder brincar com os caprinos. Todo mundo gosta dos bichos. A nossa infraestrutura é que peca ainda porque estamos numa estrutura de lona improvisada. Mas há uma promessa de, para o próximo ano, já termos um pavilhão de caprinos com todas as condições de exposição que a raça merece”, afirmou Paulo Werle, 66, presidente da Associação de Caprinocultores do Rio Grande do Sul (Caprisul).
De volta ao Pavilhão dos Pequenos Animais, na final da manhã da quarta-feira, o fluxo de visitantes já era constante no espaço. O mecânico Edevaldo Muniz, 35, e a esposa, a vendedora Janaína Germann, 32, trouxeram a filha Isabelly, de 5 anos, para conhecer, pela primeira vez, o pavilhão. A avó de Isabelly, a cozinheira Laura Muniz, 59, também aproveitou para ver de perto os bichos.
“Tudo é surpresa. É a primeira vez que eu venho também”, falou a avó.
“A gente veio dar uma olhada nos animais. Ver a exposição. E é a primeira oportunidade que tivemos para trazer ela para ver os bichos”, afirmou o pai.
“Aqui eu gosto de ver as galinhas e os galos. E os coelhos também”, disse a mãe.
“Eu gosto de todos! De tudo! Mas eu espero ver filhotinhos de galinha!”, declarou a menina.
Fonte: Expointer 2019
Foto: Fernando Dias / Seapdr