Invasores de lavouras, controle de javalis é debatido na Expointer

O controle populacional de javalis no Estado foi abordado no painel “Javalis: diferentes perspectivas sobre um invasor”, neste domingo (25), dentro da programação da Expointer 2019. De acordo com a veterinária da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) Carla Lehugeur, o sacrifício de javalis é autorizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), dentro de condições específicas, por ser um risco claro e objetivo para animais e humanos.

“Controle populacional é diferente de caça por esporte ou lazer. Existem leis claras que garantem o bem-estar animal. A morte precisa ser a mais rápida possível e usando métodos humanitários, sem maus-tratos”, explica Carla. O javali é considerado um problema porque, conforme a veterinária, compromete o bem-estar dos animais nativos e domésticos das produções rurais. “Eles não têm predadores naturais, as doenças que os acometem não são letais, por isso acabam se sobrepondo às espécies nativas”, acrescenta Carla.

Segundo a biomédica Fabiana Mayer, da Seadpr, os javalis conseguem se expandir rapidamente pelo território, pois têm a capacidade de andar mais de 10 quilômetros por dia e podem dar cria a cada 14 meses, em uma média de oito animais por vez. Outro aspecto negativo levantado por Fabiana é que os javalis são transmissores de doenças, como tuberculose, leptospirose e toxoplasmose. “Cerca de 70% das doenças em humanos são transmitidos por animais”, afirma a biomédica. “Podem estar aparentemente saudáveis, mas podem transmitir doenças”, alerta.

Plano Javali RS
No mês passado, o Rio Grande do Sul aprovou o Plano Estadual de Prevenção, Controle e Monitoramento do Javali, que faz parte do Programa Invasoras RS. Dennis Patrocínio, analista ambiental da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e coordenador do projeto, apresentou o trabalho que está começando no Estado, a fim de realizar o controle da espécie, prevenção para que os javalis não contaminem as áreas onde não se encontram, e o monitoramento deles em território gaúcho.

Para isso, foi lançado um aplicativo para celulares Android chamado Invasoras RS, no qual a Sema pede ajuda de toda a sociedade para mapear a localização das espécies exóticas invasoras, como o javali, em todo o Estado. O aplicativo está disponível gratuitamente no Google Play. “Pedimos para que as pessoas sejam cientistas voluntárias, nos ajudando a abastecer informações sobre a presença de javalis no Estado, através do aplicativo”, disse Dennis.


Fonte: Expointer 2019 

Foto: Gustavo Mansur / Palácio Piratini

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