Governo e empresários gaúchos investem na aproximação com Israel

Governo e empresários gaúchos estão unindo forças para absorver o conhecimento sobre o que Israel realiza de relevante para executar a inovação em diversas áreas da economia. Na manhã desta quarta-feira, um evento promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais do Rio Grande do Sul (Lide RS) e a Federação Israelita do Estado (FIRS) reuniu profissionais de tecnologia e autoridades para debater a influência do capital intelectual na geração de melhores oportunidades de negócios.

“A inovação é um tema básico em qualquer setor da economia”, justifica o presidente do Lide RS, Eduardo Fernandez. Segundo o dirigente, a iniciativa busca trazer para o Estado “o protagonismo perdido ao longo do tempo”, formando grupos de colaboração entre os dois países. Com o tema Ambiente de Inovação e as Oportunidades de Negócios entre o Estado do Rio Grande do Sul e Israel, o encontro faz parte do Projeto Novos Horizontes (parceria do Lide RS com a FIRS), e teve como palestrantes o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, e o secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Luiz da Cunha Lamb.

De acordo com Fernandez, o próximo passo será levar uma missão de empresários e representantes do governo gaúcho para Israel ainda no próximo ano. “Iremos levantar as áreas de relevância, para constituir o grupo.” O presidente do Lide RS justifica que Israel está entre os países que mais desenvolvem tecnologias, com impacto em vários setores da economia. “Diante disto, nosso papel é estimular, cada vez mais essa relação bilateral, com foco no desenvolvimento de nosso Estado em áreas onde os israelenses obtiveram significativos avanços, como na educação, na agricultura, na geração de energia e tantas outras, com um protagonismo reconhecido mundialmente”, afirma.
Um dos grandes diferenciais daquele país para o resto do mundo é o investimento do poder público em inovação, pesquisa e desenvolvimento, destacou Shelley. “Lá o governo faz estratégias para o mercado de tecnologia. Existe uma importância do que o setor privado realiza para a formatação de políticas públicas”, ressaltou.
Segundo o embaixador, um dos fatores determinantes para que Israel seja um dos maiores polos de inovação do mundo é a aproximação do governo e da iniciativa privada com as instituições acadêmicas do país. “Algumas empresas atuam dentro das universidades, com alunos e professores gerando novos negócios dentro do sistema educacional”, ressaltou Shelley. Para ele, o Rio Grande do Sul – que é portador de 12% da produção científica nacional – está dando o primeiro passo para novas parcerias acontecerem entre ambos países.
“É possível usar esta inteligência e gerar tecnologia para melhorar e reduzir custos para o mercado e aumentar as vendas de setores da economia gaúcha, a exemplo do agronegócio e dos transportes”, afirmou o diplomata. “Por isso, queremos estreitar o relacionamento do governo e empresários gaúchos com os israelenses, uma vez que aquele país domina a forma de transformar capital intelectual em negócios”, complementou Fernandez. Neste sentido, instituições como Badesul, BRDE e Banrisul estão analisando mecanismos de investir em inovação, anunciou Lamb. “Para investidores é sempre um risco, porque não tem as garantias tradicionais (prédios e outros ativos físicos), lidando apenas com ativos intelectuais”, observou, ai admitir que o fomento baseado em capital de risco no ambiente de inovação “é diferente”.
“Precisamos de um ambiente de inovação aberto, as ideias só têm valor se forem transformadas em riqueza. No Vale do Silício (EUA), em Londres e em Israel as pessoas comunicam os atores sobre o que estão fazendo, e essa interação é fundamental”, avalia o secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia do Estado. Ele pondera que estratégias como Inova RS e Pacto Alegre – que reúnem representantes da academia, do governo e financiadores – já estão ocorrendo, para desenhar soluções que gerem negócios em áreas como transportes, saúde, entre outras. “Em paralelo, estamos em contato com a embaixada de Israel visando despertar interesse de colaboração em negócios, tecnologia e ciência”, destaca Lamb.

Fonte: Jornal do Comércio
Foto: /LUIZA PRADO/JC

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