Futuro da agropecuária está no uso adequado de tecnologia e de inteligência artificial

Ensino agrícola passa a incorporar cada vez mais novos conceitos para uso de máquinas e interpretação de dados

Em cinco anos, a mecanização agrícola será diferente do que conhecemos atualmente. No Encontro Técnico promovido nesta quarta-feira, 28 de agosto, pela Associação Gaúcha de Professores de Técnicos Agrícolas (Agptea), alunos e professores acompanharam um debate que desenhou possibilidades futuras de atuação e mostrou as necessidades profissionais que acompanham este desenvolvimento tecnológico. 

Na palestra proferida pelo gerente de marketing de produto da LC Tractor Brasil, Astor Klipp, na casa da Agptea no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), o público  visualizou um resumo da evolução da mecanização agrícola no país e no mundo, além de conhecer mais a fundo os recursos atuais e o que está por vir em breve. “Hoje, a agricultura sem máquina não é viável, mesmo para os pequenos. O caminho está nas associações para otimizar o uso e criar condições mais favoráveis”, explicou Klipp. “As máquinas precisam conversar com o mundo externo, com conectividade que vai no detalhe. Precisamos formar profissionais capazes de interpretar dados e de técnicos que saibam extrair o máximo potencial das máquinas. Esse é o grande gargalo que o Brasil tem de superar. Precisamos de jovens com esta formação”, avaliou.

De acordo com Klipp, nos próximos cinco anos todas as máquinas agrícolas terão implantado o conceito de gestão de frota online, no qual o gestor poderá acompanhar instantaneamente as informações, seja do computador, seja do celular. “Logo, a utilização de inteligência artificial fará com que o trator seja capaz de tomar algumas decisões. Por isso, os novos profissionais terão de lidar bem com outros tipos de sistemas”, ponderou, acrescentando que entre as novidades estão equipamentos capazes de diminuir riscos de acidentes e de alterar rotas para minimizar emissões poluentes.

Presente na palestra, o professor Carlos Fontoura, da Escola Rural de Osório, ressaltou que este é um caminho sem volta e que exige adaptação tanto do mercado quanto dos estabelecimentos de ensino. “Temos de caminhar junto com a tecnologia, tanto no uso quanto nos critérios éticos, com responsabilidade e criticidade. Os alunos vão nos demandar, e não temos a pretensão de fazer tudo dentro das escolas. A parceria com empresas são fundamentais para criar espaços de laboratório e estimular os jovens a participar destes momentos de integração e aprimoramento técnico-profissional”, salientou. “A Agptea é o elo entre ensino e mercado, pois consegue agregar espaços de visão, execução e realização. O mundo está evoluindo e não podemos fugir disso”, defendeu.

Durante o dia, os alunos ainda puderam fazer uma visita técnica em tratores que já utilizam a conectividade e apostam em novidades ergonômicas. A programação contou também com a palestra Equipamentos Agrícolas para a Agricultura Familiar, com Gilberto Knapik, sócio proprietário da Indústria Máquinas Knapik Ltda.

Foto: Ton Silva/Agptea/Divulgação
Texto: Andréia Odriozola/AgroEffective

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