Exportações recuam 7,2% em julho, segundo a FGV

O resultado da balança comercial brasileira de julho confirmou a piora do comércio exterior para o Brasil, registrando queda em todos os itens exportados na comparação com julho 2018, uma redução média de 7,2%, com destaque para os bens de capital, em baixa de 48,9%. As importações também estão em queda, de 1%, refletindo a fraqueza da economia interna, conforme informa o Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgado nesta segunda-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV) referente ao mês de julho.
O Icomex analisa os resultados dos fluxos comerciais a partir dos índices de preços e volume. Na comparação do acumulado até julho, os preços caem nas exportações e nas importações e, no volume, a queda nas importações (1,9%) é maior do que nas exportações (0,5%).
“O que ressalta desse quadro é uma tendência de queda nas exportações que reflete as condições do comércio mundial e um recuo das importações associado ao baixo nível de atividade da economia brasileira”, explica a FGV.
O volume das commodities caiu 9,7% em relação há um ano e das não commodities teve queda de 3,4%. Já a comparação dos primeiros sete meses de 2018 e 2019 mostra que o volume exportado das commodities aumentou 4,5% e o das não commodities recuou 5,2%.
No caso dos preços, o resultado seja na comparação mensal ou no acumulado até julho registrou queda. Observa-se que na comparação mensal, a queda nos preços foi puxada pelos produtos agrícolas e petróleo, pois o minério de ferro, segundo principal produto exportado, registrou aumento de 48%.
Os volumes exportados da agropecuária registraram aumento de 6,7% em julho, após queda na comparação mensal de maio e junho entre os anos de 2018 e 2019. As vendas da indústria extrativa caíram puxadas pelo recuo em 41% do petróleo e derivados.
“O efeito China afeta de forma negativa as exportações da indústria extrativa, mas a crise na oferta de carne suína favorece as exportações da agropecuária”, informa a FGV.
Segundo a análise, os índices de volume por categoria de uso da indústria de transformação mostram a volta do efeito das operações com as plataformas de petróleo. Na comparação entre julho de 2018 e 2019, o volume exportado da indústria caiu 1,6%, mas sem as plataformas houve um aumento de 9,5%. Os dados das exportações de bens de capital explicam esse resultado – com plataformas, queda de 49,1%, e, sem plataformas aumento de 7,2%.
Exportações de plataformas em julho de 2018 e sua redução em julho de 2019 explicam o resultado. Logo, sem as plataformas, a indústria de transformação teria liderado o resultado de julho nas exportações, superando a agropecuária.
Os bens duráveis tiveram alta de 3,2% nas exportações, depois de terem registrado uma trajetória de queda nas comparações mensais desde maio de 2018.

Fonte: Jornal do Comércio

Foto: /STR/AFP/JC

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