Expointer 2019, delegação do Reino Unido faz visita à Farsul para tratar de ovinocultura
Uma delegação da Embaixada do Reino Unido visitou a Farsul nesta terça-feira (27) para discutir possibilidades de negócios e cooperação entre criadores de ovinos dos dois países. O grupo, composto por representantes da embaixada, de associações britânicas e produtores rurais foi recebido pelo presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, pelo coordenador da Comissão de Ovinos, André Camozzato, pelo coordenador geral das Comissões Temáticas da Farsul, Rodrigo Rizzo, e por membros da assessoria econômica.
O grupo se mostrou interessado em conhecer a variedade da produção gaúcha exposta na feira, indo além da ovinocultura, já que há vários pontos em comum entre os dois países, como a criação de bovinos de corte de raças britânicas. O presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, aproveitou a oportunidade para estender o convite já aceito por outras embaixadas de conhecer propriedades rurais brasileiras.
No encontro, o grupo descobriu desafios em comum, como a necessidade de estimular o consumo da carne de ovelha e o tratamento da ovinocultura como uma atividade secundária em muitas propriedades rurais. O grupo britânico sugeriu uma missão para visitar propriedades e conhecer de perto a genética desenvolvida no país europeu.
“O Reino Unido tem uma variedade de raças e recentemente criou uma certificação para exportação que facilita a busca de genética de qualidade e agrega valor ao produto”, afirma o gerente do Setor de Agricultura da Embaixada, Pedro Mendes.
O coordenador da Comissão de Ovinos da Farsul, André Camozzato, revelou que, ao contrário do cenário da carne de gado e de frango, o Brasil ainda importa 70% da carne de ovelha que consome. Além disso, o consumo per capita ainda é baixo: “ainda não temos um consumo alto, mas temos muitas oportunidades. Os produtores ainda não focam em ovinos como atividade primária e precisam melhorar a eficiência da criação. Isso é algo comum quando se faz uma transição da lã para a carne, já que são dois tipos de produção que exigem qualidades diferentes. É nisso que viemos trabalhando e já vemos melhorias”, afirma André.
De acordo com Richard Saunders, da AHDB – agência governamental de estímulo ao intercâmbio comercial no agronegócio – o Reino Unido desenvolveu ferramentas que podem colaborar para que o produtor brasileiro alcance maior produtividade:
“Em comum com o Rio Grande do Sul temos bom pasto e tradição. O que o Reino Unido desenvolveu nos últimos 30 anos, é tecnologia e seleção de raça. Medimos muitos aspectos e usamos essa informação para que os produtores possam selecionar e se adaptar ao mercado para serem mais rentáveis. O objetivo é que o produtor produza carne de qualidade e que também consiga ter dinheiro no bolso. Selecionando, podemos aumentar a qualidade e a rentabilidade”.
Fonte: Sistema Farsul