Estreantes na Expointer buscam visibilidade

Os criadores de raças pouco conhecidas no Estado têm a Expointer como grande aliada para dar visibilidade aos seus plantéis. A vitrine do agronegócio é palco para o desfile dos animais estreantes na feira e de seus diferenciais zootécnicos como rusticidade, docilidade e precocidade.

É o caso da raça bovina Senepol que desembarcou no Estado em 2016 e que neste ano faz sua primeira participação na Expointer. Muito difundida em Minas Gerais e em São Paulo, a raça tem origem asiática e é resultado do cruzamento da raça senegalesa N-Dama com a britânica Red Poll e tem como principal característica a docilidade.

Amanda Goelzer, sócia proprietária da Cabanha Madezarte, de Horizontina, conta que iniciou a criação da Senepol há um ano. Segundo a pecuarista, que também cria Angus e Nelore, a grande aposta nesses animais se deveu à docilidade e facilidade de manejo. Além disso, a raça apresenta grande rusticidade considerada por Amanda como “anti-carrapato”, graças ao pelo fino e curto.

A cabanha tem como propósito trabalhar com a raça para cruzamento industrial, além de criar animais PO para a comercialização de sêmen e embriões. “Os resultados têm sido perfeitos, pois são animais precoces com rendimento de carcaça muito bom e o cruzamento dá muito certo em vacas Nelore. Também já existem experiências de alguns produtores com a cruza com Angus, formando o Senangus.”

O pecuarista Paulo Moura, da Agropecuária Triunfo de Santo Antônio das Missões, adquiriu embriões Senepol em 2016 e neste ano trouxe para Esteio os animais resultado dessa experiência. “Eles tiveram um desenvolvimento excelente. Ainda não fizeram dois anos e a vaca mais pesada já está com 594 quilos. Além disso, são precoces, tem ótimo marmoreio da carne e são muito dóceis, a ponto de os rústicos ficarem na argola aqui em Esteio”, disse.

Outra estreante na feira é a raça Ultrablack, resultado de um cruzamento experimental entre Angus e Brangus realizado em uma fazenda nos Estados Unidos. O criador Caio Vianna, da cabana São Xavier, de Tupanciretã, diz que entre as vantagens da raça está a possibilidade de incrementar ainda mais a qualidade da carne nacional, sem perder os traços de rusticidade do Nelore.

Para Viana, também é criador de Angus e Brangus, o que consolida a raça é a qualidade de carcaça e de carne. Ele participa da Expointer com seis animais, oriundos da criação que iniciou em 2015. No total, irão a julgamento 36 animais de cabanhas de Guaíba, Tupanciretã e Uruguaiana.

O gerente de fomento da Associação Brasileira de Angus (ABA), Mateus Pivato, conta que em 2017, essa raça foi trazida para o Brasil através da concessão do registro genealógico pelo Ministério da Agricultura. A diferença entre o Ultrablack e o Brangus é o percentual de sangue Angus: o primeiro tem 81,25% de sangue Angus e o segundo 62,8%.

Gypsy Horse retorna após quatro anos

Entre as raças que estiveram ausentes da feira e retornaram neste ano estão os equinos Gypsy Horse, cavalo originalmente de tração, oriundo da Irlanda e da Inglaterra onde eram criados pelo povo cigano.

A criadora, Flavia Pinho de Almeida Suchodolsky, da fazenda Premium Gypsy Horses, de Bom Retiro, Santa Catarina, conta que começou a criação em 2015 e que trará para a Expointer dois exemplares: um garanhão e um mini Gypsy, um pouco maior do que um pônei.

“É um cavalo muito dócil que foi muito usado para tração em carruagens e que hoje também serve para monta e prova de laço”, explica Flavia. Em termos de tamanho, ele se assemelha muito ao cavalo crioulo, com altura média de cernelha de 1,45 metros, robusto, ombros arredondados, lombo curto, orelhas pequenas, crina longa e plumagem nas patas.

Acidente mata animais da Canchim que viriam à feira

Após seis anos de ausência, raça bovina Canchim voltaria à Expointer neste ano, não fosse o tombamento do caminhão que os transportava na RS-122, entre São Vendelino e Farroupilha. O acidente, ocorrido na sexta-feira (23), vitimou os 10 animais que participariam da mostra. O prejuízo estimado pelos criadores da raça, que preferiram não se identificar, é de cerca de R$ 100 mil.

Fonte: Ana Esteves/Jornal do Comércio

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