Espetáculo de abertura do Freio de Ouro contará a Saga do Cavalo Crioulo
A arte é capaz de eternizar tempo e espaço apenas mexendo com o imaginário daquele que entra em contato com ela. Assim, há alguns anos, a equipe responsável pela estrutura Crioula na Expointer vem apostando em desfiles de abertura para marcar o grande momento da temporada. Este ano, não poderia ser diferente. O Parque de Exposições Assis Brasil em Esteio/RS, recebe a performance “A Saga do Cavalo Crioulo – Um Símbolo, Um Sonho, Uma Paixão”. A apresentação artística integrará a abertura oficial do Freio de Ouro no sábado (24), a partir das 13h30min e no domingo (25), às 12h. Cerca de 90 pessoas estão envolvidas na performance que deve ficar gravada na memória da Raça.
Com fragmentos e recortes no tempo, a trajetória do Cavalo Crioulo será representada através do teatro, que fará uso de alegorias, danças e narrações para contar a história da Raça na América. Assim que foi convidado para montar o espetáculo, o diretor, roteirista e coreógrafo Rinaldo Souto Oliveira foi em busca de referências para formatar a atração. “Não queria falar apenas do que as pessoas já estão familiarizadas. Se apresentasse o culto, a preparação, a preocupação com o alto rendimento, estaria exaltando o que todo crioulista competente e dedicado sabe. Então parti em busca da origem de tudo. E quando encontrei as respostas, me encantei com o que vi”, conta o artista. Assim, ele montou a apresentação a partir das seguintes questões: De onde vem o Cavalo Crioulo? Qual sua trajetória? Como ele chegou até os lugares que ocupa hoje?
Descrever o que Rinaldo interpretou da história da Raça é entender um pouco do que será visto na arena de Esteio. O dramaturgo conta que tem um sobrinho apaixonado por Laço e sempre nota o orgulho na hora do registro, da confirmação e da classificação dos animais quando é chegada a época do Freio. Assim, esse sentimento foi interpretado como parte do DNA das famílias que vivem no meio rural, não só no estado do Rio Grande do Sul, mas no mundo. Para ele, a biografia Crioulista também se funde com a história do homem latino americano, já que a Raça participou de todos grandes eventos e embates da sustentação identitária dos povos.
Os três atos
O primeiro ato contará a trajetória percorrida pelo cavalo Crioulo até sua adaptação ao “novo continente”. Narra sua condução por alguns dos principais vultos da história Sul-Americana, culminando com a chegada dos primeiros Cavalos trazidos ao Rio Grande do Sul por Padres Jesuítas. Neste cenário, o diretor conta com Centros e Departamentos de Tradições Gaúchas para contar peça. Os CTGs Estância Gaúcha, de Canoas/RS e Sentinela da Tradição, de Igrejinha/RS e os DTG’s Clube Juventude, de Alegrete/RS e Lenço Colorado, de Porto Alegre/RS, se juntarão a bailarinos e atores em prol de disseminar a história da Raça. A Cabanha Campana, de Mario Moglia Suñe, também estará presente em pista. Pelo menos 20 animais do estabelecimento serão apresentados em pista.
O ato seguinte é formatado em uma espécie de fábula. O público será levado a um mundo fantástico onde o cavalo é representado por um objeto articulado. Com o elemento cenográfico, será possível cercar o público e causar maior aproximação e interação com a história, dramatizando, de perto, aquilo que é uma partícula do mundo dos que assistem.
Para fechar o espetáculo, o terceiro ato apresenta uma menina que cresceu junto a Raça, sonhou e, com muito esforço, venceu o Freio de Ouro. Transformando-se em uma ginete de sucesso, a mulher apresentará a prova Bayard/Sarmento em pista. Esta figura será representada por um nome importante no universo feminino Crioulista – e que se manterá em surpresa até o primeiro dia de apresentação. A vontade de exaltar a mulher neste momento importante para a Raça, partiu do Presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos, Francisco Fleck. “Sabemos que o campo é um ambiente formado por maioria masculina e que as mulheres estão buscando e conquistando cada vez mais um espaço importante, então foi uma orientação do Presidente e que achei brilhante”, confessa Rinaldo.
O II Encontro de Arte Tradicional é apresentado pelo Ministério da Cidadania e Idealize – Consultoria em Projetos, com apoio da ABCCC. O patrocínio fica por conta da Marcher Brasil, Facta Financeira S.A., Florestal e Supra. A realização é da Secretaria Especial da Cultura, Ministério da Cidadania e Governo Federal.
Transmissão
Aqueles que não estiverem em Esteio para ver de perto a abertura oficial do Freio de Ouro, podem acompanhar o espetáculo através do site da ABCCC, Facebook, Youtube Cavalo Crioulo Oficial e também do Canal Rural (na TV). A equipe de comunicação da Associação também registrará todos os bastidores em publicações em tempo real nas redes sociais da ABCCC: instagram, facebook, twitter e youtube.
Sobre o diretor
Natural de Bagé/RS, Rinaldo Souto Oliveira é instrutor de danças gaúchas e latino-americanas, escritor, compositor, dramaturgo e diretor. Foi um dos nomes responsáveis pela autoria do livro Danças Tradicionais Gaúchas, utilizado por toda a Confederação Brasileira de Tradição Gaúcha. Também desenvolveu “Cipreste ao Piratini”, espetáculo teatral que retrata o planejamento e o primeiro embate na tomada de Porto Alegre, o conflito que deu início à Revolução Farroupilha.
Fonte: ABCCC
Foto: Fagner Almeida