Espaço da Emater/RS-Ascar na Expointer é totalmente autossustentável devido instalação de placas de energia fotovoltaica
No primeiro dia da Expointer 2019, neste sábado (24), foi demonstrada a instalação de placas de energia fotovoltaica no Espaço da Emater/RS-Ascar para autoridades estaduais visitantes. O presidente da Instituição, Geraldo Sandri, o diretor Técnico, Alencar Rugeri, e o gerente Técnico, Rogério Mazzardo, receberam visita do secretário e adjunto da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Covatti Filho e Luiz Fernando Rodriguez Júnior, respectivamente, e do presidente da Ceasa, Ailton dos Santos Machado. Ainda durante a semana, a mesma demonstração será feita para o governador Eduardo Leite durante sua visita à Expointer e ao Espaço da Emater/RS-Ascar.
De acordo com o engenheiro agrônomo e extensionista da Instituição, Alex Correa, do Escritório Municipal de Palmares do Sul e que atuou na montagem das placas fotovoltaicas do parque, com a instalação de uma uma placa de 1,5KW, o Espaço da Emater, de 14 mil metros quadrados é totalmente autossustentável o ano todo. “O que gera uma economia mensal, me média, de R$ 150 por mês”, compara Correa.
A Emater/RS-Ascar também é responsável pela instalação de outras 18 placas solares, no Pavilhão Internacional, totalizando 6,2 KW em um investimento de R$ 100 mil de uma parceria público privada. “É um protótipo para analisar a eficiência do sistema e economia gerada no parque, com intuito de fazer novos investimentos e gerar economia para o Estado”, ressalta Sandri. Correa destaca que com um investimento de R$ 8 milhões, o parque todo seria autossustentável durante o ano inteiro. “E ele estaria pago em quatro anos”.
Quem for ao local, durante a Expointer, poderá buscar mais informações, tirar dúvidas e ainda dimensionar projetos de energia solar fotovoltaica no intuito de diminuir custos de produção. “Atualmente, o custo com energia elétrica é um dos que mais onera as propriedades rurais e a Emater/RS-Ascar pode ajudar fazendo o dimensionamento e adequando o projeto às necessidades dos produtores, bem como verificando o acesso a linhas de crédito, para que os agricultores tenham autonomia na propriedade rural”, ressalta.
O custo do insumo energia elétrica no meio rural, destinado a atividades agropecuárias, aumentou em 100% de outubro de 2013 a abril de 2015. A previsão das instituições que administram o Sistema Nacional de Energia Elétrica é de que nos próximos anos ocorram novos ajustes na tarifa, nesta mesma escala.
Além do valor na energia elétrica, pelo fato do Rio Grande do Sul ser um Estado extenso e com uma economia baseada essencialmente na agricultura, ter luz no campo e em áreas à beira-mar era uma dificuldade, que vem sendo superada com a adoção da energia solar fotovoltaica. Devagar, mas expressivamente, as alternativas energéticas começam a alcançar pagos distantes, iluminando lares, proporcionando melhores condições de vida, melhorando a produção e pesando menos no bolso do produtor.
É por isto que a microgeração distribuída de energia elétrica a partir de fontes renováveis, em especial a energia fotovoltaica, se coloca no contexto atual como uma ferramenta importante na autonomia produtiva, geração de renda, pleno controle e previsão de gastos, além de reduzir gradualmente o custo deste insumo a curto prazo em mais de 90% para os agricultores.
A Emater/RS-Ascar, vendo a energia solar fotovoltaica como uma importante fonte de melhoria de condições para os produtores rurais, desenvolve várias ações nesta área. Neste sentido foram estruturados projetos para geração de energia elétrica a partir da energia solar fotovoltaica em sistema que não utiliza baterias, mas sim injeta a energia gerada na rede elétrica, em um sistema de compensação de energia. As análises de viabilidade econômica, técnica e linhas de financiamento existentes têm apontado para a viabilidade do sistema e são encaminhamentos feitos pela Emater/RS-Ascar, conforme o engenheiro agrônomo e responsável pela área de energias renováveis no Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre, Luís Bohn.
Pelo Rio Grande
A realização do sonho de ter energia está sendo proporcionada pela Emater/RS-Ascar, que leva projetos de implementação de geração de energia de fonte solar para o interior gaúcho. A Instituição auxilia os agricultores no desenvolvimento dos projetos e no acesso ao crédito de bancos e programas de financiamento.
Mostardas, no Litoral do Estado, foi o município pioneiro na implementação da geração de energia fotovoltaica, em 2014, quando cinco famílias de pescadores passaram a contar com energia elétrica em suas residências e eles puderam colocar em funcionamento congeladores para manter o pescado armazenado. As ações evoluíram para outras demandas e logo vieram na sequência três projetos para pecuaristas familiares.
Uma das famílias beneficiadas foi a do casal de pecuaristas, Jurandir da Costa Homem e Onira de Lima Homem, da localidade de Solidão, em Mostardas, que viu na energia solar uma alternativa para captar água para a dessedentação do rebanho, tendo em vista a falta de energia elétrica e de fontes de água nos 28 hectares de campo nativo que possui.
No local, foi instalado um painel solar que gera 95 watts de energia, armazenada em uma bateria, possibilitando a alimentação de uma motobomba de 12 volts, que bombeia água de um poço para o reservatório. Esta água reservada vai por gravidade para os bebedouros instalados nos piquetes. Na medida em que a água é consumida pelo gado e baixa o nível da bomba elétrica, é acionada automaticamente a motobomba, tornando o sistema totalmente automatizado. O investimento nos equipamentos foi de R$ 1,8 mil. A unidade também fornece energia para a cerca elétrica dos piquetes e iluminação no local.
Os projetos passaram a ser mais acessados quando se abriu a oportunidade de financiamento pelo Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper), relembra o agrônomo Gustavo Chaves Alves, extensionista da Emater/RS-Ascar em Mostardas. Os projetos também podem ser viabilizados pelo Programa de Fortalecimento da Agricultura Famiar (Pronaf).
Com a realização de cursos, dias de campo e seminários, a participação em eventos para a divulgação dos benefícios e o incentivo por meio de financiamentos, os pedidos de realização de projetos e acompanhamento na Emater/RS-Ascar foram aumentando e se expandindo para outras regiões, como o Vale dos Sinos, Litoral Norte e Centro-Sul. Ao ver o sistema demonstrado pela Emater/RS-Ascar durante a Feira da Agricultura Familiar da Centro-Sul, que acontece em Camaquã (Fafec), o produtor Plínio Holz, da localidade de Imbira, resolveu implantar em cima de sua casa as placas solares para gerar energia, pois a energia elétrica existente oscilava muito, não garantindo o abastecimento na residência e nem o funcionamento dos fornos de fumo da propriedade. Além disto, ele consegue gerar créditos de energia e diminuir os gastos.
“A adesão ocorre aos poucos, mas vem crescendo em função da deficiência muito grande de qualidade de energia, e a geração solar supre essa demanda. Por isto, atualmente estão em funcionamento sistemas de energia solar fotovoltaica em Palmares do Sul, Barão do Triunfo, Três Cachoeiras, Torres, Camaquã, Tapes, Sertão Santana, Mariana Pimentel, Araricá, Cerro Grande do Sul e Presidente Lucena”, avalia o agrônomo Luís Bohn.
Em Palmares do Sul, o sistema de energia solar fotovoltaica foi instalado na agroindústria de pescado de Daniel Veiga de Oliveira, no intuito de garantir a luz elétrica e o fornecimento de energia para a câmara fria e cinco congeladores. A instalação foi conseguida graças a recursos do Pronaf de R$ 59 mil e vai representar uma economia mensal de R$ 1,7 mil.
Fonte: Emater/RS
Foto: Taline Schneider / Emater-RS