‘Embrapa tem de estar mais perto do produtor’, diz presidente

O pesquisador Celso Moretti, confirmado na semana passada na presidência da Embrapa, diz que a prioridade agora é dar sequência ao processo de mudança da empresa, com a descentralização de ações hoje concentradas na sede, em Brasília; a revisão do número de cargos comissionados e aproximação com o setor privado. Até então, Moretti ocupava interinamente a presidência da Embrapa, após a saída de Sebastião Barbosa.

Qual é a sua prioridade no comando da Embrapa?

Celso Moretti – Temos uma orientação muita clara da ministra (da Agricultura, Tereza Cristina) de fazer um conjunto de mudanças que tinham de ser feitas na empresa. Estamos adotando o lema “mais Brasil, menos Brasília”. Precisamos descentralizar algumas ações que estão centralizadas aqui na sede. Também temos de rever uma série de processos na empresa, como o número de cargos comissionados. Aí há toda uma agenda externa: queremos seguir nos aproximando do setor produtivo. Eu estava na diretoria de pesquisa e desenvolvimento, e iniciamos um trabalho de aproximação forte das nossas unidades com o setor privado. Em 2019, nós dobramos o número de projetos em parceria com setor produtivo. Queremos também revisitar a agenda das nossas unidades, para que elas trabalhem de forma mais próxima e responsiva ao agro brasileiro.

Como fica o processo de “repotencialização” da Embrapa?

Moretti – Tivemos três vitórias no Congresso junto com o apoio dos parlamentares e da própria ministra. Primeiro, foi a questão do próprio PPA (Plano Plurianual) 2020 a 2023, em que nós tivemos confirmação do nosso orçamento inicialmente previsto. A segunda foi a questão da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e a terceira foi a LOA (Lei Orçamentária Anual). Conseguimos aumentar o nosso orçamento para as despesas discricionárias (não obrigatórias) na ordem de R$ 80 milhões para 2020. Teríamos um orçamento de algo em torno de R$ 200 milhões e agora teremos algo ao redor de R$ 280 milhões. Isso é parte dessa trajetória de fortalecer o trabalho da Embrapa.

Em termos de pesquisa, qual é o direcionamento?

Moretti – Precisamos focar realmente nos problemas da agricultura e do produtor brasileiro. Em 2020, vai estar na nossa agenda a questão da edição genômica para, por exemplo, editar o genoma da soja para dar resistência a nematoides e adaptação à seca. Nisso estamos trabalhando em parceria com duas empresas privadas. Seguiremos avançando com a intensificação sustentável, a integração lavoura-pecuária-floresta, que hoje já tem 15 milhões de hectares no Brasil. Vamos avançar muito na questão da bioeconomia, essa economia de base biológica. Tem ainda a questão da agricultura digital.

Fonte: Jornal do Comércio

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