Conab anuncia novo recorde da produção de grãos
A nova estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que a produção brasileira de grãos alcançará novo recorde na safra 2019/2020, totalizando 246,6 milhões de toneladas. O aumento estimado de 1,9% em relação à safra 2018/2019 equivale à produção de mais 4,6 milhões de toneladas de grãos.
Com esse desempenho, que assegurará a manutenção da forte presença do agronegócio nas exportações, o campo continuará sendo o responsável pelos resultados expressivos que a balança comercial do País registra, a despeito da queda das exportações de produtos industrializados provocada principalmente pela crise argentina. Em novembro, por exemplo, as exportações do agronegócio somaram US$ 8,21 bilhões, o equivalente a 46,6% do total exportado pelo Brasil no mês (de US$ 17,6 bilhões).
De acordo com a Conab, a área semeada deverá aumentar 1,5%, alcançando 64,2 milhões. Para a soja, a previsão é de aumento de 2,6%, para 36,79 milhões de hectares, na área plantada em relação à safra anterior. A produção deverá alcançar 121,1 milhões de toneladas. A área para o milho de primeira safra crescerá 1,2%, para 4,2 milhões de hectares, mas perderá espaço para a soja. A produção estimada é de 26,3 milhões de toneladas.
O novo recorde da produção de grãos também assegura o adequado abastecimento interno, evitando pressão maior sobre os preços dos alimentos. Parte dessa pressão, no entanto, está condicionada à evolução de fatores externos, como a disputa comercial entre Estados Unidos e China. Essa disputa pode levar à sobretaxação por um desses países de produtos de forte presença no comércio mundial, como a soja.
A exportação brasileira de milho mais do que dobrou em 2019, em razão da maior demanda da China para a produção suína e de frangos, o que valorizou o produto no mercado internacional. As vendas externas serão volumosas enquanto a produção chinesa de suínos afetada pela febre suína africana não se estabilizar. Além de milho, a China importou do Brasil maior quantidade de carnes, o que elevou os preços internos.
Fonte: O Estado de S. Paulo