Argentina elevará impostos para se financiar em meio à crise

O novo governo da Argentina vai tributar as exportações e grãos para ajudar na recuperação econômica do país. A proposta do novo presidente pode afetar os custos do trigo que o Brasil importa da Argentina, e comprometer a rentabilidade dos produtores argentinos, que ficarão em desvantagens de competitividade no mercado internacional.

Países importadores de grãos dos argentinos podem optar por outras procedências, inclusive do Brasil, para não ser onerado com os custos dessa tributação.

O projeto, encaminhado à Câmara dos Deputados na última semana, propõe aumentar o imposto sobre as exportações de grãos de soja de 30% para 33% e o imposto sobre milho e trigo de 12% para 15%. Essas são as três principais culturas de um país que é uma das maiores potências agrícolas do mundo.

“Todas essas medidas são pensadas como parte de um programa abrangente, estão todas interconectadas, estamos tendo muito cuidado para resolver todos os desequilíbrios”, disse o ministro da Economia, Martín Guzmán.

Guzmán disse que o projeto prevê aplicar um imposto de 30% sobre a compra de divisas e que tributará ativos financeiros no exterior, embora elimine a taxa sobre ativos em pesos.

Por outro lado, os ajustes previdenciários previstos em lei e as tarifas de serviço público serão suspensos por 180 dias, segundo o ministro, até que um novo mecanismo de ajuste inflacionário seja desenhado.

A expectativa é de que o projeto seja aprovado sem grandes discussões pelo Congresso, onde o partido no poder tem maioria nas duas Casas.

Fonte: Reuters

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