Remates de primavera encerram com resultados melhores do que em 2017

Médias registradas para a venda de touros ficaram acima do ano passado; nas fêmeas, no entanto, o resultado foi inferior

Apesar do momento difícil vivido na pecuária, a tradicional temporada de remates da primavera do Rio Grande do Sul terminou melhor do que se esperava. E com resultados superiores aos registrados no ano passado. Levantamento da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) e dos Sindicatos de Leiloeiros Rurais do Estado (Sindiler) mostra que a quantidade de touros vendidos teve leve alta, de 0,24%. Já nas médias, o resultado dos machos foi 8,5% superior . Entre as fêmeas, o cenário é diferente. A quantidade negociada caiu 37%, e a as médias reduziram 7,7%.

— Os resultados mostram que a qualidade da genética do rebanho gaúcho e a procura de compradores de outros Estados fizeram diferença — observa Francisco Schardong, presidente da comissão de Exposições e Feiras da Farsul.

O leiloeiro Marcelo Silva também avalia que os números foram animadores:

— Os vendedores colocaram em oferta um volume menor, devido ao momento político e econômico do país e ao aspecto climático, que prejudicou as pastagens, mas mais uma vez verificamos liquidez em todos os leilões.

Schardong acrescenta outro fator que, na sua avaliação, serviu como motivador adicional para criadores que vêm de fora. A perspectiva de que o Paraná pare de imunizar seu rebanho contra a febre aftosa, o que tem impacto sobre as regras de movimentação de cargas vivas. Isso fez outros Estados virem “se abastecer” em solo gaúcho.

As pistas também registraram recordes. O touro hereford Mike Tyson, foi o mais caro da raça — acabou arrematado por R$ 80 mil. E o reprodutor Comanchero da Bela Vista foi valorizado em R$ 176 mil, ao ter cota de 50% vendida por R$ 88 mil.

— Os criadores sabem que terão retorno por conta do produto final. O resultado vem quando os cortes chegam às gôndolas com o selo da carne certificada — avalia Eduardo Eichenberg, dono da Estância do Silêncio e diretor do Programa Carne Pampa, da Associação Brasileira de Hereford e Braford.

Para 2019, a expectativa é de melhora para o setor. Além do preço do boi gordo, que vem reagindo, outros fatores poderão ter influência positiva. É o caso do fim do período de excesso de oferta por conta da saída dos animais das pastagens de inverno. E da retomada, ainda que com valores menores, das exportações de gado em pé.

Fonte: GauchaZH (Por Gisele Loeblein)

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